Polícia prende acusado de chefiar quadrilha de fraudes bancárias integrada por filha de Belo; grupo lucrou R$ 6 milhões com golpes
Um homem apontado como chefe de uma quadrilha de fraudes com cartões bancários foi preso, na tarde desta quinta-feira, por policiais da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) em uma mansão na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Segundo as investigações, Felipe Boloni Alves Rosa, conhecido como Boy ou Professor, comandava um grupo de 12 mulheres presas — entre elas Isadora Alkimin Vieira, filha do cantor Belo — em uma central telefônica da quadrilha em novembro de 2020. Contra Felipe havia um mandado de prisão preventiva expedido pela 1ª Vara Especializada do Rio. Além da prisão de Felipe, os policiais apreenderam um Porsche avaliado em R$ 700 mil, uma moto elétrica, documentos e itens de luxo como sapatos e roupas.
De acordo com as investigações, após a prisão das 12 mulheres, a quadrilha passou a atuar no Parque União, no Complexo da Maré, para fugir das ações policiais. Felipe passou a morar no interior da comunidade, com a anuência dos chefes do tráfico. No entanto, deixava a comunidade em algumas ocasiões. Na Maré, Boy fez uma grande festa de aniversário no último dia 19 com o tema da série “La Casa de Papel”. Ainda segundo a polícia, ele também participou de um jogo de futebol festivo em homenagem à morte de um dos irmãos do chefe do tráfico de drogas da localidade.
A polícia estima que a quadrilha de Boy tenha feito mais de 300 vítimas e lucrado cerca de R$ 6 milhões nos últimos dois anos. O grupo é acusado de fazer parte de uma organização criminosa que induzia vítimas a repassarem seus dados bancários pelo telefone e, posteriormente, entregarem seus cartões a motoboys para serem utilizados pela quadrilha. Na central de telemarketing da quadrilha, as mulheres ligavam para as vítimas, fingindo ser da central de seus cartões ou do banco. Os policiais encontraram, no local, computadores com dados de dezenas de vítimas.
Em seu depoimento à polícia, quando foi presa, Isadora alegou aos policiais que sua função era coletar dados e fazer anotações sobre várias pessoas. Ela afirmou que nunca tinha entrado em contato com nenhuma vítima para pegar dados e apenas usava informações que já estavam inseridas no sistema do computador. A filha de Belo, no entanto, admitiu imaginar que algo ilegal seria feito com os dados.
Em seu depoimento, ela afirmou que não sabia o que seria feito com as informações, “mas achava que era uma coisa ilegal, porém achava que essas pessoas seriam ressarcidas por alguma instituição financeira e não tinha certeza se elas perderiam determinado valor”.
Isadora disse ainda que estava na função há pouco menos de um mês e que havia recebido uma ajuda de custo de R$ 600, “pois estava na fase de aprendizado da função de coleta de dados”. Ela disse ter recebido a quantia de outras mulheres da casa. A jovem alegou que sua renda vinha exclusivamente de seus pais, mas, por estar com muitas dívidas, resolveu tirar uma “renda extra”. A filha de Belo acabou sendo solta cerca de um mês após ser presa e responde ao processo criminal em liberdade.
Segundo a polícia, as mulheres que trabalhavam na central recebiam parte um percentual do que era obtido com os golpes aplicados nas vítimas.
Felipe é oriundo de São Paulo e já tinha sido preso por estelionato, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico. A filha de Belo e outras integrantes da quadrilha também são oriundas do estado. Segundo as investigações, era Felipe quem operacionalizava a atuação da quadrilha com contatos, obtenção de equipamentos, pagamento de despesas e pagamento de comissões aos seus subordinados.
Fonte Yahoo ! Noticias