MP prende grupo acusado de vender bifes e hambúrgueres de carne de cavalo para restaurantes
Durante a última quinta-feira, 18, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) realizou uma operação contra um grupo acusado de abater clandestinamente animais e vender sua carne para restaurantes em municípios próximos. Até esta sexta-feira, 19, seis pessoas foram presas.
De acordo com conversas interceptadas com autorização da Justiça, a polícia apurou que o grupo investigado abastecia restaurantes da cidade com grandes quantidades de carne de cavalo abatida de forma clandestina, em forma de hambúrgueres e bifes.
Para comprovar as suspeitas, o MP fez perícias em duas hamburguerias, onde foi encontrada presença de DNA de cavalo em alguns lanches, assim como misturas de carne de cavalo com carnes de peru e suínos.
De acordo com o fiscal agropecuário e supervisor regional da Secretaria Estadual da Agricultura Willian Smiderle, a operação localizou os pontos de abate e os locais onde eram enterradas as carcaças e ossos que restavam dos animais. Ele conta que: “Localizamos pontos de abate de equinos, sem registro, sem identificação de inspeção sanitária. Então havia o recebimento de animais sem origem aqui no local, que eram abatidos, depois a carne era fracionada, eram feitos cortes, pra entrega para estabelecimentos que utilizam essa carne”, diz.
Segundo o coordenador de Seguranca Alimentar do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, o grupo distribuía semanalmente a quantia de 800kg de carne clandestina.
Na denúncia oficial, o MP cita que o grupo não possui autorização para o abate e a comercialização de nenhum tipo de carne. Desta forma, as atividades de abate, beneficiamento, armazenamento e comercialização eram feitas sem nenhum tipo de fiscalização.
Legislação
De acordo com as leis brasileiras, o consumo da carne de cavalo não é proibido no país. No entanto, além dos órgãos de pecuária precisarem ser informados do abate para a devida fiscalização, o consumidor também precisa saber da origem antes de comprar. Logo, se a carne de cavalo for vendida sob a alegação de que seria carne de boi ou ainda misturada com outras carnes sem que consumidores ou estabelecimentos saibam da real origem, é caracterizado crime contra o consumidor.
Com informações do G1