Manaus integra grupo de cidades com foco na construção de edifícios verdes
Para fortalecer as chamadas construções verdes, a Prefeitura de Manaus passa a integrar o Programa de Fortalecimento de Capacidades para a Promoção das Construções Sustentáveis no Brasil (PFC GB no Brasil), iniciativa da Internacional Finance Corporation (IFC), membro do Banco Mundial que promove o desenvolvimento econômico e a melhoria de vida das pessoas ao estimular o setor privado nos países em desenvolvimento.
Manaus se integra à parceria entre IFC e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic) para promover a certificação de edifícios e construções sustentáveis e fomentar práticas responsáveis no segmento.
O lançamento do programa aconteceu nesta quarta-feira, 20/7, durante reunião técnica comandada pelo prefeito David Almeida e seu secretariado, além do Conselho Municipal de Gestão Estratégica (CMGE) e entidades da construção civil e iniciativa privada da capital. Cinco cidades amazônicas farão parte deste grupo do programa além de Manaus, sendo elas Belém (PA), Palmas (TO), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC).
“Manaus sai na frente ao seguir no caminho da sustentabilidade, tendo um dos projetos mais exitosos de modelo de desenvolvimento que conseguiu preservar 97% da floresta, que é a Zona Franca. Nosso protagonismo não será diferente agora neste novo programa, que atende a Agenda da ONU 2030”, comentou David Almeida.
Para o gerente-geral do IFC no Brasil, Carlos Leiria Pinto, Manaus pode ser um case de cidade para construção verde no Brasil e para o mundo inteiro, ajudando a disseminar informações sobre a preservação não só florestal, mas da camada de ozônio.
Emissões
“Hoje, 40% da emissão de gases de efeito estufa está relacionada à construção, desde a geração de materiais, como cimento, aço, alumínio, até o que é incorporado depois, no uso das construções, como água e energia. Se pudermos intervir nas cidades promovendo a construção sustentável, teremos um impacto muito grande”, observou Leiria.
Manaus é uma metrópole com mais de 2 milhões de habitantes e está no coração da Amazônia: “Se a capital conseguir liderar esse movimento, será algo inovador, transformador, com edifícios e ambientes verdes, redução de custos, eficiência energética, uso racional da água e valorização de melhoria de vida”, avaliou.
Engenheiro de formação e diretor-presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Carlos Valente, destacou que o prefeito David Almeida tem um compromisso muito claro com a questão ambiental.
“Dentro do compromisso, temos o movimento com o IFC para desenvolvimento de edificações sustentáveis, que vai ensejar uma série de ações por parte da prefeitura, da iniciativa privada, do Poder Legislativo e setores relacionados para que possamos ter essas construções e a certificação delas internacionalmente. Manaus inicia esse movimento de entendimento do programa e cronograma e todos os esforços para esse compromisso”, adiantou Valente.
Segundo ele, entre as ações previstas estão revisão de legislação e adequação; de processos de licenciamento; qualificação, treinamento e capacitação de equipes do Implurb, das secretarias municipais de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) e de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef), entre outras, para que a capital amazonense atinja esse patamar.
Em relação ao meio ambiente, conforme o secretário Antonio Ademir Stroski, o desafio será estabelecer atrativos para o setor da construção civil adotar e incorporar nas edificações elementos sustentáveis, tendo a integração da prefeitura para mediar e agregar com regras e incentivos legais. Stroski lembrou que Manaus está fazendo a revisão do seu Código Ambiental, que é de 2001.
“E ainda teremos um Plano do Clima de Manaus, que promete ser uma referência para o Brasil e global das iniciativas do prefeito David Almeida”, disse.
Responsabilidade
As construções sustentáveis contribuem diretamente para a redução das emissões de CO² associadas às operações do setor. A IFC projeta uma oportunidade de investimentos em construção verde de US$ 24,7 trilhões até 2030 em todas as cidades de mercados emergentes com mais de meio milhão de habitantes. A certificação de edifícios verdes vai além da demonstração de responsabilidade ambiental de uma empresa. Ela pode aumentar receitas, atrair clientes e facilitar o acesso ao crédito.
O programa ajudará Manaus a comunicar as virtudes de projetar e construir edifícios verdes e trilhar o caminho para os prédios zero carbono, além de treinar desenvolvedores e suas equipes no licenciamento e certificação. A colaboração entre o setor público e o setor privado é fundamental para transformar o mercado, ambos investindo no futuro.
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Texto – Claudia do Valle/Implurb
Fotos – Dhyeizo Lemos / Semcom
Disponíveis em – https://flic.kr/s/aHBqjzYPMh