Esquema de corrupção envolvendo juízes e advogados causou prejuízo de mais de R$ 1 bilhão
Com um advogado de Dourados, cidade a 225 quilômetros de Campo Grande, como alvo, a Operação Skiagraphia também mirou dois juízes federais do Ceará. A ação, realizada nesta sexta-feira (20), apura um ‘rombo’ de mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos, pelo esquema de corrupção do grupo.
Os magistrados são suspeitos de atuarem no esquema de corrupção junto com um escritório de advocacia de Fortaleza (CE), em benefício a grandes empresas devedoras da União. O advogado de Dourados é investigado pelo período em que teria estagiado naquela cidade.
Após cumprimento de mandado de busca e apreensão, o advogado foi levado para prestar depoimento, acompanhado de representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A investigação da Polícia Federal aponta fraudes na cobrança de dívidas ativas da União, que eram promovidas pela Procuradoria da Fazenda Nacional, por meio de ações de execução que tramitavam na 20ª Vara Federal do Ceará, entre os anos de 2012 e 2016.
A Polícia Federal não divulgou o nome dos envolvidos e, conforme o site Diário do Nordeste, ninguém foi preso. O delegado da Polícia Federal Joécio Holanda disse, em coletiva de imprensa, que o prejuízo causado aos cofres públicos ultrapassa R$ 1 bilhão.
Entre as empresas beneficiadas, está uma do ramo da extração de minério, em Fortaleza (CE). “A hipótese criminal é que houve um acordo, uma estratégia entre os servidores públicos, os juízes, e o escritório de advocacia, especificamente com um advogado com patentes vinculações com esses juízes e a demanda de mercado, que eram grandes empresas interessadas em se livrar dessas cobranças promovidas em ações de execução fiscal”, disse o delegado.
Alvos de mandados contra corrupção
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão, para arrecadação de elementos probatórios. Foram cumpridos 19 mandados, expedidos pelo Tribunal Federal da 5ª Região, nas casas dos investigados em Fortaleza (CE), São Paulo (SP), Recife (PE) e Dourados, em Mato Grosso do Sul.
Foram apreendidos celulares, computadores, arquivos de mídias e documentos, para identificar a atuação dos suspeitos nos crimes investigados.
Se confirmados os crimes, os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas que podem chegar a 42 anos de prisão.
Mais de R$ 900 mil apreendidos
A Polícia Federal informou, ainda, que foram apreendidos R$ 930 mil em espécie, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em um escritório de advocacia de São Paulo.
A suspeita é que o dinheiro tenha origem ilícita, sendo providenciado depósito bancário à disposição do TRF da 5ª Região. A investigação continua para apurar a procedência desses valores apreendidos e o vínculo com os fatos investigados.
Fonte: MÍDIA MAX