Brasil tem novo exame que detecta Alzheimer por sangue
Uma iniciativa chega ao mercado brasileiro para identificar a doença de Alzheimer em estágios avançados por meio de amostras de sangue. O PrecivityAD2 é uma novidade que custa em média cerca de R$ 3,6 mil e, por se tratar de um procedimento desconhecido no país, os convênios de saúde ainda não o cobrem.
Vale lembrar que no Brasil estima-se que existam 1,2 milhão de casos, a maioria ainda sem diagnóstico, enquanto no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a Doença de Alzheimer.
A disponibilidade de um exame de sangue para diagnosticar a doença torna o processo mais acessível, sendo quase três vezes mais barato que o PET amiloide, um exame de imagem que custa R$ 9 mil. Além disso, o procedimento é doloroso.
O neurologista do Fleury Medicina e Saúde (empresa que trouxe o procedimento dos Estados Unidos da América), Aurélio Pimenta Dutra, disse que o exame é feito no plasma do sangue, utilizando uma técnica mais recente chamada de espectrometria de massa, que é capaz de detectar mínimas variações nessas proteínas.
“O que diferencia o PrecivityAD2 de outros testes de sangue já disponíveis no Brasil é a capacidade de captar alterações na tau e também na tau fosforilada. Os demais focam apenas na beta-amiloide e, por isso, só predizem o risco de um quadro clínico estar associado à doença, não tendo a ‘capacidade diagnóstica’”, explica a neurologista.
O novo exame não é destinado à triagem, mas sim para pacientes com sintomas de declínio cognitivo. Ele está disponível apenas nas unidades Fleury em São Paulo, e em breve estará disponível em todo o país. Para realizar o procedimento, é necessário ter uma prescrição médica, e o resultado sai em até 20 dias.
Quanto à confiabilidade do procedimento, a professora associada da disciplina de geriatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Claudia Kimie Suemoto, afirma que o novo exame é “muito bem-vindo” ao Brasil, sendo capaz de detectar tau e beta-amiloide no sangue, embora tenha limitações.
“Em segundo lugar, como toda tecnologia nova, ainda requer validação em amostras multinacionais. Na minha opinião, o método é excelente para pesquisa, mas seu uso na prática clínica requer cautela e não dispensa a expertise de quem solicita o exame e avalia seus resultados”, alerta Claudia.
De acordo com a empresa Fleury, que trouxe o procedimento ao Brasil, o teste tem 88% de precisão em comparação com o PET amilóide cerebral, que é o mais utilizado no país.
Fonte: ES Brasil