Bolsonaro irritado – A vergonha histórica da “direita melancia” em Manaus
No último sábado, a coordenação da campanha de Capitão Alberto Neto e do Partido Liberal (PL) em Manaus tentou minimizar o impacto de um evento fracassado. Apesar dos esforços para encobrir o baixo comparecimento, com imagens fechadas nas redes sociais, a moto carreata que partiu da loja Havan, na Avenida das Torres, em direção à Arena da Amazônia foi um fracasso evidente.
A jornalista Paula Litaiff, da revista Cenarium, revelou conversas no WhatsApp que indicavam uma tentativa de atrair participantes oferecendo combustível a R$ 100 por veículo. No entanto, nem essa estratégia evitou o fiasco. Mesmo com dezenas de ônibus disponibilizados para transportar pessoas ao comício, que seria a concentração final do evento, a adesão foi muito inferior à esperada. A organização planejava reunir 15 mil pessoas, mas as imagens de drones mostraram no máximo 1.500 participantes.
Nos bastidores, comenta-se que o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao chegar ao evento, notou a baixa presença de público e, visivelmente desapontado, manteve-se recuado. Apenas no momento do discurso se dirigiu ao público para criticar o presidente Lula, o governador Wilson Lima e o prefeito de Manaus, David Almeida.
Capitão Alberto Neto, constrangido com a situação, fez um discurso rápido e encerrou o evento, que a imprensa local considerou um fracasso, semelhante ao lançamento da pré-campanha na Arena Amadeu Teixeira, que também não atraiu o público esperado.
Opinião por Moisés Dutra
O que está acontecendo com a direita em Manaus?
O declínio da direita em Manaus reflete as contradições dentro do grupo. Um dos principais fatores para o fracasso nas pesquisas e na mobilização eleitoral é a incoerência no discurso de políticos como Alberto Neto. No início do ano, ele defendia uma “chapa puro sangue” com o Coronel Menezes. No entanto, após articulações lideradas por Alfredo Nascimento, presidente do PL no Amazonas, Menezes foi expulso do partido. A população começou a perceber a discrepância entre o discurso conservador de combate à corrupção e defesa da família, e as práticas adotadas por esse grupo.
Após ser expulso do PL e ver acordos políticos rompidos, Menezes foi rotulado como traidor do bolsonarismo. Contudo, com o passar do tempo, suas ações mostraram coerência. Sem outra alternativa, ele aceitou ser vice na chapa de Roberto Cidade, candidato do governador Wilson Lima, que havia apoiado Bolsonaro em 2022. Menezes se manteve alinhado com a ideologia de direita ao ingressar no Progressistas, um partido que também apoia Bolsonaro.
Alfredo Nascimento e seu grupo pensaram que haviam eliminado Menezes do cenário político, mas ele demonstrou força. Em nenhum momento criticou Bolsonaro, permanecendo fiel ao ex-presidente. No evento de lançamento da campanha de Roberto Cidade, Menezes gravou um vídeo para Bolsonaro, afirmando que, se o ex-presidente quisesse lotar a Arena da Amazônia, deveria falar com seu grupo. Embora criticado na época, Menezes se manteve firme, e o tempo mostrou que ele estava certo.
Com informações IN9 e Blog do Moisés Dutra*