Agente da PF suspeito de contrabando atuou em série de TV
O agente da Polícia Federal (PF) Gianpiero Nieri Rocha, de 48 anos, é um dos policiais que participa da primeira temporada da série Área Restrita, exibida na TV a cabo e em plataformas de streaming. O programa mostra os bastidores das forças de segurança do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
No programa, Nieri aparece como um dos personagens da vida real que atuam para identificar práticas ilegais, incluindo as feitas por meio do despacho de bagagens. As defesas dele e de Kenji não foram localizadas.
Com 12 episódios, a primeira temporada da série Área Restrita também mostra a rotina dos agentes da Receita Federal e das polícias Civil e Militar. Nieri aparece dando apoio em operações, via telefone e mensagem, e até se disfarçando de funcionário para investigar irregularidades.
Investigação
Até suas prisões, Nieri e Ernesto trabalharam no Aeroporto Internacional de São Paulo, de onde centenas de quilos de ouro foram contrabandeadas, como mostram as investigações da PF. Ambos, por serem policiais federais, tinham acesso livre às áreas públicas e restritas do maior aeroporto do Brasil.
Fontes que acompanham o caso afirmaram que os agentes receberam o ouro e o repassaram para uma área restrita do aeroporto, onde entregaram o material para “mulas” — pessoas responsáveis pelo transporte do metal precioso. O ouro tinha como origem garimpos clandestinos. Investigação da PF aponta que o grupo criminoso transportou “centenas de quilos de ouro” para fora do Brasil, entre 2018 e 2022, a partir de voos comerciais partindo de Guarulhos .
Operação interestadual
Como desdobramento do levantamento, a superintendência da PF do Distrito Federal deflagrou, na sexta-feira, 1, a Operação Ládon, para apurar possíveis crimes de organização criminosa, usurpação de bens da União, evasão de divisas, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos, no mesmo dia, mandatos de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, em Bragança Paulista, onde mora Ernesto, e Guarulhos, onde reside Gianpiero, e também nos estados do Espírito Santo e do Ceará e no Distrito Federal. A Justiça Federal determinou que todos os investigados, cujo número total não foi divulgado, fossem submetidos a medidas cautelares diversas da prisão. Dois deles estão usando tornozeleiras eletrônicas.
Com informações da PF e Metrópoles